sábado, 6 de fevereiro de 2010

77% do povo baiano não participou da festa em 2009

A falta de segurança foi a justificativa de 47,1% dos soteropolitanos que não deram as caras no Carnaval do ano passado. Entre 1,57 milhão de pessoas que ficaram em casa durante os seis dias de folia e 360 mil que aproveitaram o feriadão para viajar, 77% dos moradores de Salvador não foram atrás do trio, contrariando a máxima de “só não vai quem já morreu”.

Dos 478 mil que foram, 62,1% compareceram na pipoca, de acordo com a pesquisa Comportamento dos Residentes em Salvador no Carnaval 2009, publicada ontem pela Secretaria de Cultura e a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

Há 30 anos o Carnaval ajuda o motorista de caminhão Edvaldo José dos Santos, 54, a conseguir melhorar a renda em fevereiro. “Chega a aumentar 10%”, estima por conta dos carretos que faz nos períodos que antecedem e sucedem a folia. “Durante o Carnaval, prefiro ficar em casa com minha família e ver a distância”, explica.

A administradora de empresas Silvia Gonçalves Teixeira preferiu arrumar as malas e viajar para a região do Capão, na Chapada Diamantina. Juntamente com a amiga, Silvia nem quis saber do agito na avenida. “Gastei, sim, mas longe da confusão do Carnaval. Achei melhor ir para uma pousada e curtir a natureza. Para mim, o Carnaval perdeu muito do brilho dos outros carnavais que já vivi”, explicou.

O secretário da Cultura do Estado (Secult), Márcio Meirelles, destacou a importância da informação das pesquisas para a definição de políticas públicas. “Os números do Carnaval já foram muito nebulosos”, lembra. Com imagem melhor sobre o perfil do folião, o que poderá facilitar o investimento no carnaval pipoca e na definição de políticas para aqueles que não vão para a folia.

“Precisamos trabalhar os motivos que afastam as pessoas e buscar alternativas culturais para quem não quer ir para a festa”, diz. Apesar dos problemas, dados da pesquisa Comportamento dos Residentes em Salvador no Carnaval 2009, mostram que 478 mil foram às ruas para brincar, o que corresponde a 19% dos residentes na capital, e mais 100 mil trabalharam na festa popular.

Os amigos Américo Pimenta, 18, Mateus Magalhães, 17, e Marcelo Costa, 18, não abrem mão da festa. “A gente toca alguns cuidados, procura sair com um grupo grande de amigos para evitar problemas”, explica Marcelo.

Deixar de ir, nem pensar, avisam. “A gente pretende sair todos os dias, uma parte em bloco e outra como pipoca”, avisa Mateus, lembrando que eles ainda são estudantes. “Para sair em um bloco legal, só gastando R$ 300 por dia. Com certeza vai rolar uma pipoca”, brinca.

O Carnaval de Salvador assume também números superlativos quando se fala em visitantes. São 471 mil turistas em Salvador durante o Carnaval para uma receita de US$ 96 milhões. De ambulantes, são 3.168 licenciados.

Fonte: A Tarde

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