sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Prefeito diz que não paga merendas para cubrir o Carnaval

As declarações do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) à Agência Brasil, acusando o governo do Estado de não colaborar com a organização do Carnaval, provocou uma crise política que também teve desdobramento no DEM – o mais novo aliado de João na prefeitura –, no PSDB e nas Associações de Blocos de Trios (ABT) e Blocos Independentes (ABTI).
João disse que não teve ajuda de nenhum dos governadores – Paulo Souto (DEM) e Jaques Wagner (PT) – e que recebeu de seu antecessor, o ex-prefeito Antônio Imbassahy (ex-PFL, agora no PSDSB), um “modelo péssimo de gerenciamento do Carnaval, extremamente deficiente”.

Ao falar das dificuldades de captação de recursos para o Carnaval, com previsão de custo de R$ 30 milhões, o prefeito disse que a prefeitura estava sacrificando, inclusive, a merenda escolar e a compra de remédios para garantir a realização da festa.

“Eu não tive essa benevolência de nenhum dos dois governadores. Nem o do DEM e nem o atual do PT, com quem eu até tenho boas relações administrativas, mas o modelo é que é absurdo”, reclamou. “A gente deixa de pagar a merenda escolar, os remédios dos postos de saúde, para pagar as despesas do Carnaval. Tenha paciência. Minha folha de pessoal do mês é R$ 40 milhões. Então um Carnaval pra mim é quase uma folha de pagamento por mês”, comparou o prefeito à Agência Brasil.

Com a crise global na economia, João Henrique acredita que não conseguirá os recursos na iniciativa privada para bancar o Carnaval. Ele informou que o consórcio Tudo-OCP, coordenador pelo publicitário Nizan Guanaes, captou até agora, faltando seis dias para a festa momesca, apenas R$ 5,55 milhões, bem abaixo dos R$ 9,3 milhões esperados este ano e dos cerca de R$ 10 milhões obtidos em 2008 com a venda das cotas de patrocínio. “Estamos correndo o pires para ver se chegamos o mais perto possível do valor que precisamos”, revelou.

João Henrique também fez críticas aos trios, acusando as empresas que animam o Carnaval de não contribuírem com a festa, apesar do elevado lucro que têm. “Os trios elétricos particulares, que faturam alto no Carnaval, pagam uma taxa mínima para desfilar no Circuito Barra-Ondina, que conta com as apresentações dos gigantes do Carnaval baiano como Ivete Sangalo, Asa de Águia e Chiclete com Banana. Já os trios chamados independentes, menores e resultantes de agremiações carnavalescas que desfilam no Campo Grande, não pagam nenhuma taxa. “Como eles tocam para o povão, a prefeitura é que paga a eles”, destacou.

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