
A grande vitrine dos artistas do axé e do pagode é o Carnaval de Salvador, que impulsiona suas carreiras e valoriza os cachês. Mas, para colher os frutos dessa megaexposição nos seis dias de folia, de quinta a domingo, tem que chegar bonito em fevereiro. Por isso, os ensaios se transformaram numa ferramenta fundamental para testar as novas canções e danças, divulgar os blocos e vender ‘pano’ (como os empresários se referem ao abadá).
“O ensaio é um investimento de marketing no qual a banda marca sua posição em Salvador, se aproxima do público, mas não é rentável. No entanto é importantíssimo esse contato, pois ajuda muito a alavancar outros negócios’, explica Cássio Franco, diretor da Penteventos, produtora que realiza os ensaios do Psirico, Tomate e Voa Dois.
Os cantores Jau e Alexandre Peixe saíram na frente e já estão fazendo a festa. Artistas e grupos como Olodum, Timbalada, Carlinhos Brown, Psirico e Harmonia do Samba já confirmaram ensaios. Alguns, inclusive, não se limitarão à Bahia, como o Olodum que estreia em novembro na Largo de Tereza Batista (Pelourinho).“A nossa intenção é levar um pouco da Bahia para todo o Brasil. Começaremos, também em novembro, em São Paulo, mas já temos pedidos para Ceará, Rio, Minas Gerais, Alagoas e Santa Catarina”, revela Jorginho Rodrigues, diretor do bloco afro.
Carlinhos Brown inicia seu Sarau dominical, em dezembro, no Museu du Ritmo, e pretende repetir a dose em São Paulo. “Já estamos conversando com produtores paulista”, afirma Cláudia Lima, empresária do cantor.
No último Verão, o cacique do Candeal recebeu convidados de peso como Durval Lelys, Margareth Menezes e seus companheiros Tribalistas, Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Também em dezembro, no Museu, a Timbalada realiza a Mostra de Som e Arte Contagiante (que veio substituir os inesquecíveis ensaios no Candyall Guetho Square, que atraíam gigantes da MPB como Caetano Veloso e Gilberto Gil).
Fonte: Correio da Bahia